O que acontece no Regina Coeli

Enem 2024

Os segredos da escola de Veranópolis que é destaque nacional no Enem

Colégio Regina Coeli teve a segunda melhor nota média do Rio Grande do Sul na prova de 2024 e ficou em 45º em todo o Brasil. Entre os diferenciais, segundo a coordenadora Eliana Festa, está uma disciplina socioemocional

22/07/2025 - 14h12min
Atualizada em 22/07/2025 - 16h27min
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Marcos Cardoso - Jornal Pioneiro

 

Das sete escolas do Rio Grande do Sul que figuram entre as cem melhores no Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) de 2024, uma é da Serra. O Colégio Regina Coeli, da rede privada, obteve 722 como nota média na prova do ano passado, alcançando a 45ª posição em nível nacional entre 22.718 instituições de ensino, e em segundo no Estado, de 1.182 participantes.

 

A média geral, que varia de zero a mil, é calculada a partir das notas de Matemática, Linguagens, Ciências Humanas e Ciências da Natureza e da Redação, levando em consideração apenas os inscritos que compareceram a todos os dias de exame.

 

Só que esse sucesso não é recente. A escola, que tem 77 anos de fundação, vem colhendo frutos há pelo menos uma década. Atualmente, a instituição conta com 490 alunos, divididos em Educação Infantil, Ensinos Fundamental e Médio.

 

Cerca de 90% dos estudantes que concluem o Ensino Médio na Regina Coeli iniciaram os estudos ainda na Educação Infantil na instituição, o que também mostra o desenvolvimento integrado.

 

De acordo com Eliana Festa, coordenadora pedagógica, um dos ingredientes da receita é a metodologia, com foco no afeto e na individualização, ou seja, olhar atento para o desenvolvimento de cada aluno. A autonomia e a autoconfiança são estimuladas desde cedo, tanto é que na grade curricular existe uma disciplina chamada socioemocional.

 

— Fazemos essa transição de Educação Infantil, Fundamental e Médio de uma forma equilibrada, sustentada por metodologias e estratégias sólidas, ativas e diferenciadas que potencializam o aprendizado e preparam esses estudantes para esses desafios (como o Enem) — explica Eliana.

 

Em atividades extras, há o foco no esporte e a banda marcial, por exemplo, que começa no 6º ano do Fundamental e vai até o 3º do Médio. Desde a infância, o os alunos são incentivados a pesquisas científicas e ao sarau literário, com foco no desenvolvimento das habilidades. A escola também se preocupa com a formação continuada dos professores, com atividades mensais e semestrais.

 

Os alunos do 3º ano do Ensino Médio chegam ao dia do Enem tendo passado por seis simulados no modelo SAS — elaboradas pelo Sistema Ari de Sá —, que segue os mesmos moldes da avaliação nacional.

 

— Depois de cada simulado eles têm exercícios personalizados, e os alunos conseguem focar em suas dificuldades e habilidades que precisam aprimorar. Esses exercícios trazem, de forma individualizada, e as competências que até o próximo simulado eles tem tempo de trabalhar — contextualiza a coordenadora pedagógica.

 

Os exercícios são desenvolvidos por uma plataforma utilizada em sala de aula. Além dos simulados para o “terceirão”, há também as avaliações sistemáticas, aplicadas do 4º ano no Ensino Fundamental ao 2º do Médio. Alunos do 1º e 2º ano do EM também são estimulados a realizarem o Enem como treineiros.

 

— Nosso ensino médio acaba sendo concluído na segunda série, e a terceira série é revisão. Temos os alunos de segunda série do ensino médio com praticamente 100% do conteúdo concluído ao chegarem na prova do Enem. Já orientamos que eles procurem fazer toda a prova sempre com foco na redação. E o aluno do terceiro ano já passou por dois Enems, mais seis simulados, e chega tranquilamente.

 

O treino que leva ao topo

Para além do destaque geral, o Colégio Regina Coeli tem mais motivos para celebrar o Enem de 2024. A instituição ficou no terceiro lugar do ranking nacional de redação, com média de 929 — e primeiro no nível estadual. As aulas dessa área são da professora Cristiane Zanette, que busca a autonomia dos estudantes e preza pela interdisciplinariedade nas produções o que, na visão dela, prepara melhor os jovens.

 

— Os adolescentes, de uma forma geral, às vezes não conseguem linkar o que aprendem na geografia ou na história (por exemplo) com o tema de redação. O que eu faço é trazer os conceitos de filosofia, sociologia (por exemplo), para que eles possam trazer o repertório nos argumentos que vão utilizar, porque (na redação) não basta tu dizeres uma coisa, tu tens que provar, e não pode provar com qualquer coisa, tem que ser fundamentado — conta a professora de redação sobre o seu método de atuação em sala.

 

Para além dos simulados, os estudantes do 3º ano do Ensino Médio têm uma produção de redação por semana. Eles têm dois períodos semanais para praticar a escrita. Mas vai além:

— Os segundos e terceiros anos (do Ensino Médio) além de ter os dois períodos de redação, têm mais dois períodos de oficina. (Nessas oficinas) trabalha as competências, ortografia, trabalha a filosofia, a sociologia. Além disso, eu me sento com cada aluno para olhar as produções anteriores, e na próxima produção textual, ele já aperfeiçoou. É treino, porque sabemos que quanto mais fazemos uma coisa, melhor nos tornamos, e individualização, esse trabalho de estar ao lado.

 

“Não é sair calculando por calcular”

Temida por muitos, a matemática é trabalha com naturalidade no Regina Coeli por dois professores, o Claiton Müller, que aplica a disciplina no Ensino Médio, e a Cassiana Sangali, do Ensino Fundamental.

 

— Fazermos com que eles não tenham medo da disciplina, e que tenham o gosto e paixão de estudarem sozinhos, eles gostam muito da autonomia — diz Cassiana.

 

A média na disciplina também trouxe bons resultados no Enem do ano passado. Com nota de 782, ficou na 46ª posição entre todas as escolas participantes no país, e em terceiro no estado. De acordo com Müller, isso é reflexo de ações que começam desde o final do Ensino Fundamental, com atividades como:

  • a construção de uma catapulta no 9º no Ensino Fundamental, que abordar conceitos de matemática e física com um tiro de longo alcance e um de precisão;
  • a construção de uma ponte de espaguete no 1º do Ensino Médio, que precisa aguentar anilhas de academia, introduz, por exemplo, arquitetura e engenharia civil;
  • a construção de foguetes no 2º do Médio, com conceitos de matemática, física e química.

 

Em sala, o professor Claiton diz que os alunos preferem questões com “problemas reais” do que apenas equações para resolverem.

— Não é sair calculando por calcular e chegar a um resultado final que às vezes não faz sentido, é pegar um problema, interpretar ele e ver que ela (matemática) está presente ali também — afirma o professor de matemática.

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